top of page
  • Foto do escritorBenjamim Rodrigues

Quando a melhor maneira de ajudar o outro é 'não fazendo' !!!!


Parece estranho este título não é verdade?

Como aquele ditado que diz 'vale mais ensinar a pescar do que dar o peixe', muitas vezes nós, na ânsia de ver o outro feliz fazemos 'tudo' (e muitas vezes de mais) para o vermos feliz.


O que eu quero que fique claro, por muito que custe a muitos aceitar, é que podemos 'ajudar', não fazendo aquilo que o outro quer, à semelhança do 'dar o peixe ao invés de ensinar a pescar'.

Porque é que este 'não dar' aquilo que o outro pretende o pode ajudar?

Convém esclarecer que a um nível mais ou menos inconsciente, o trabalho que a nossa mente está sempre a fazer por nós 24 horas por dia, é ter o maior prazer possível com o mínimo de esforço, dor ou sofrimento. Ora se na nossa mente inconsciente estiver instalado um 'programa de comportamento' que 'diz' que para conseguir determinado 'prazer' (ganho) temos menos dor/sofrimento, é isso mesmo que ela vai fazer.


Claro que muitos destes comportamentos ocorrem a um nível inconsciente sem que, muitas vezes a pessoa que beneficia, destes 'prazeres/ganhos' esteja consciente, mas tal nem é necessário (estar consciente deste ganhos), até porque quem 'controla' o 'menor esforço para o máximo de ganhos' é a nossa mente inconsciente.


Imagine por exemplo que na mente de uma determinada pessoa está instalado o 'programa automático de comportamento' que lhe indica que se tiver sensações de mal-estar, vai ser mais 'recompensado' por quem está mais próximo em comparação de quando está sem as ditas más sensações. Se na mente dessa pessoa estiver instalado este programa de comportamento, porque haveria de promover e fazer por ter boas sensações se essas más sensações ou sintomas, afinal lhe estão a dar mais do que aquilo que pode 'ganhar' por não ter essas más sensações? Se a sua mente inconsciente o 'não ajudasse' a ter essas más sensações, estaria a 'prejudicá-lo' ou ir contra as suas convicções e isso a nossa mente inconsciente nunca fará mesmo.


Se no 'prato da balança' estiverem estes 'ganhos' (ou programa automático da mente inconsciente estiver este programa e acredite que está instalado em muita gente!!!), que a mente da pessoa 'avalia' como muito maiores em relação ao mal-estar daqueles sintomas, não tem porquê promover uma mudança, logo o que a sua mente vai fazer é 'ajudá-lo' a ter cada vez mais desses sintomas, para 'supostamente' ter mais 'prazer'.


O que acontece muitas vezes é que neste 'jogo' de criar más sensações para (supostamente) ter mais prazer, a médio/longo prazo esta estratégia está condenada ao fracasso, por três razões principais:

1 - essa pessoa para continuar a ter esse prazer com aqueles mínimo de esforço, vai estar dependente de terceiros e esses mais tarde ou mais cedo não vão estar presentes, quer seja por separação física, quer mais tarde pelo morte física;

2- a mente inconsciente dessa pessoa tende a 'aumentar' os sintomas que (supostamente) lhe garantem aquele prazer, podendo generalizar de tal maneira que, se não fizer nada a tempo, vai perder o 'controle' desse sintomas degenerando em doenças graves e sem hipóteses de reversão;

3- essa pessoa, porque nunca teve se 'precisar saber/precisar esforçar-se' para ter aquele beneficiar daquele prazer, depois quando a pessoa que lhe 'prestava esse prazer' não o fizer mais, ele não sabe - por si mesmo - como fazer para voltar a ter esse mesmo 'prazer' e com isto pode cair num ciclo negativo de depressão constante.


Agora a um nível mais espiritual, é muito importante ter a noção que todas as pessoas que aparecem na nossa vida de forma mais ou menos prolongada no tempo, mas em especial a nossa família mais directa, todas estas pessoas, com personalidades diferentes, necessidades diferentes, etc., estas pessoas não foram colocadas no nosso caminho terreno por acaso, como alguém diz 'Deus não joga dados ... o Criador não faz nada ao acaso'.


Todas estas pessoas que parecem na nossa caminhada terrena, têm um papel diferente na nossa vida, nem todas estão cá para 'nos dar o peixe', muitas estão cá para nos 'obrigar a pescar'... nem todas estão cá para nos dar carinho, atenção, amor, muitas delas estão cá para fazer trabalho 'supostamente sujo', estão cá para nos fazerem sofrer... vieram com essa missão, se calhar com uma missão que mais ninguém quis, porque lhes foi dito e justificado que esse trabalho iria contribuir para o nosso Bem-maior.


Muitas pessoas podem alegar que muitas das pessoas que fazem outros sofrer, gostam de ver esses outros sofrer, logo este 'ajudar' não teria lógica! Puro engano, até porque a pessoa que está a fazer sofrer a 'outra' só o consegue fazer sentindo algum 'prazer', até porque, para que a pessoa que promove esse sofrimento, o pudesse fazer mais facilmente, foi-lhe apagado da sua mente o 'espírito de missão' e a relação próxima de amor que terá com a sua 'suposta' vítima.


Outra questão... quando é que sabemos se devemos 'obrigar o outro a pescar ou dar o peixe'?

A minha humilde opinião é 'avaliar'... avaliarmos em primeiro lugar as nossas sensações como nos sentimos quando fazemos isso - se nos sentimos desconfortáveis é porque se calhar não deveríamos fazer... em segundo lugar avaliar se o que fazemos tem ganhos secundários para o outros, ou seja, se há um 'aproveitamento' do outro para ter 'mais prazer com menos esforço' à nossa custa... e em terceiro lugar, ver mais 'à frente', avaliar como estará a pessoa a quem estamos a 'ajudar' no futuro, sem a nossa 'ajuda'.


Se com estas nossas avaliações chegarmos à conclusão que a nossa 'suposta' ajuda não é a melhor solução para o presente e futuro dessa pessoa, devemos pura e simplesmente parar com esta nossa 'suposta' ajuda, até porque, ao contrário do que possamos ter pensado antes, não estamos mesmo a ajudar em nada essa pessoa.

Nesse caso devemos fazer o que nos diz o nosso coração, sempre na certeza de que, podemos ter vindo cá abaixo para estarmos no caminho dessa pessoa, para fazer o trabalho que ninguém quis fazer, que pode ser o de 'obrigar pela dor' essa pessoa a fazer diferente e assim a evoluir.


Por isso é que na terapias uma das máximas que temos é 'nunca tratar sem permissão expressa da pessoa' até porque nunca sabemos quando é que esse sofrimento pode ser mais 'benéfico' para a pessoa... esse sofrimento pode ser o que a alma dessa pessoa achou melhor para promover uma evolução mais rápida.


Muitas vezes (mas claro que nem sempre), o sofrimento serve como 'abanão' ou 'trampolim' que essa pessoa precisa para a sua evolução e, muitas vezes abstraindo-nos de de dar esse 'abanão' ou tirando esse 'trampolim', porque queremos 'dar tudo', na verdade estamos mesmo a prejudicar essa pessoa de quem muito gostamos.


Isto não quer dizer que devemos generalizar, não ajudando ninguém, nãooooooo, significa antes que devemos sempre avaliar o que será melhor para essa pessoa, não para recebermos o seu amor e/ou carinho imediatos, mais antes para um fim muito maior, mas que poderá ser apenas 'sentido' muito mais tarde.


3 visualizações0 comentário
bottom of page